2018 é um ano especial para os descendentes de japoneses no Brasil
2018 é um ano especial para os descendentes de japoneses no
Brasil. Neste ano, a Imigração Japonesa ao Brasil completa 110 anos. Foi em 18
de junho de 1908 que o navio Kasato Maru atracou em Santos com os primeiros 781
imigrantes japoneses. A distância geográfica e linguística que separa os dois
países não impediu o desenvolvimento de uma estreita relação entre as duas
sociedades, especialmente nos âmbitos econômico e cultural.
No decorrer desta história, nipo-brasileiros têm contribuído
para o desenvolvimento do Brasil e conquistado a confiança do povo,
fortalecendo as relações amistosas entre o Brasil e o Japão. No ensejo deste
ano comemorativo, a Embaixada do Japão no Brasil, junto com a comunidade nikkei
e outras chancelarias japonesas no país, cria este hotsite a fim de enaltecer o
momento de celebrações, apresentando eventos comemorativos, uma breve história
da imigração japonesa, artigos, depoimentos e entrevistas relacionadas ao tema.
Completando 110 anos de imigração japonesa para o Brasil em
2018, são inúmeras as conexões estabelecidas entre os dois países. Atualmente,
o Brasil abriga a maior comunidade de descendentes de japoneses nascidos fora
do Japão, cujo número gira em torno de 1,5 milhão de pessoas e constitui a
maior comunidade nipônica fora do país asiático. Décadas mais tarde, a inversão
do fluxo migratório levou um grande contingente de brasileiros descendentes de
japoneses – conhecidos como decasséguis – a viver na terra do sol nascente,
formando uma das maiores comunidades diaspóricas em território japonês, com
aproximadamente 300 mil pessoas.
Apesar dos expressivos números que indicam as fortes
conexões entre os dois países, muitos estereótipos e clichês ainda alimentam o
imaginário sobre os nipo-brasileiros e reduzem suas contribuições para o
desenvolvimento da identidade nacional. A programação do Em Debate nos meses de
julho e agosto busca refletir sobre esses estereótipos e clichês, as
representações culturais do Japão no Brasil, a dimensão política e as múltiplas
influências nas artes e nas mídias.
CONHECENDO UM POUCO DE TOMIE OHTAKE
Tomie Nakakubo (1913-1915) nasceu em Kioto, Japão, no dia 21
de novembro de 1913. Desde cedo se interessou pela pintura. Em 1936 veio para o
Brasil, visitar um irmão que morava em São Paulo. Pouco depois de chegar ao
Brasil, casou-se com um engenheiro agrônomo também japonês, teve dois filhos e
passou a usar o nome de casada.
Por volta de 40 anos, incentivada pelo artista contemporâneo
Keiya Sugano, tomou coragem para ser pintora. Ao iniciar-se em 1952 criava
figurações prosaicas. A seguir abraçou o abstracionismo. Mas logo se
diferenciou dos modismos ao seu redor, tomando um rumo pessoal que costuma ser
definido como abstração informal. A partir dos anos 70, passou a trabalhar com
serigrafia, litogravura e gravura em metal.
Nos anos 80, Tomie Ohtake passou a utilizar uma gama
cromática mais intensa e contrastante. O rigor de suas composições e a maestria
no uso das cores lhe rendeu o respeito dos estudiosos. Sempre foi uma pintora e
escultora popular e suas obras se tornaram familiares na paisagem brasileira.
A obra de Tomie Ohtake se destaca tanto pela pintura, como
pela gravura e também a escultura. Entre diversas obras, criou painéis para o
metrô de São Paulo e plantou numa avenida da cidade uma escultura em forma de
ondas. Entre 2009 e 2010, suas esculturas chegaram aos jardins do Museu de Arte
Contemporânea de Tóquio. Em 2012 produziu uma obra para o Muri Museum de
Tóquio.
Tomie Ohtake participou de diversas mostras nacionais e
internacionais, participou de mais de 20 bienais e recebeu diversos prêmios,
entre eles, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura –
Minc, em 1995 e o Prêmio Panorama da Pintura Brasileira do Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Em 2000 foi fundado em São Paulo, o Instituto Tomie Ohtake,
criado por Ruy e gerido por Ricardo, seus dois filhos arquitetos. O Instituto é
um centro artístico localizados na capital paulista. Durante a comemoração de
seus 97 anos, o Instituto realizou uma exposição com 25 pinturas de grandes
dimensões produzidas pela pintora em 2010.
Em 2013 na comemoração de 100 anos, foram realizadas 17
exposições pelo Brasil. Em 2014, a cineasta Tizuka Yamasaki lançou um
documentário sobre o universo da artista. A pintora foi uma ponte entre o Japão
de ontem a arte nacional de hoje.
Tomie Ohtake faleceu em São Paulo, no dia 12 de fevereiro de
2015.
FONTES:
https://www.ebiografia.com/tomie_ohtake/
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