Ciberativismo ... um novo uso para redes sociais?
O ciberativismo, ativismo
online ou ativismo digital é uma forma de ativismo pela internet caracterizada
pela defesa de causas, reivindicações e mobilizações. Muitos autores o
consideram uma nova fronteira para a participação política, pois, a partir de
um computador, os indivíduos rapidamente conseguem agregar pessoas à causa que
defendem. Inicialmente, era uma estratégia muito utilizada por ONGs e entidades
civis, hoje, com a expansão do acesso à internet, é cada vez mais utilizado
pelo cidadão comum.
Pessoas e grupos politicamente
motivados utilizam a internet para difundir informações e reivindicações
visando obter apoio para uma causa, debater e trocar informação, organizar e
mobilizar indivíduos para ações, dentro e fora da rede. Para tanto são
utilizados fóruns e grupos de discussões, abaixo-assinados e petições online,
blogs, plataformas sociais, aplicativos e as mídias sociais.
Sandor Vegh, autor no livro
“Classifying forms of online activism: the case of cyberprotests against the
World Bank”, de 2003, considerado uma referência sobre o tema, cita três
categorias de atuação do ativismo online: 1) conscientização e promoção de uma
causa (por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia que possa ter afetado
a causa ou uma organização); 2) organização e mobilização (convocar
manifestações, fortalecer ou construir um público); e 3) ação e reação.
Exemplos desse tipo de ativismo
vão desde petições online, criação de sites denúncia sobre uma determinada
causa, até a organização e mobilização de protestos e atos que aconteçam fora
da rede, flashmobs, hackerativismo e o uso de games com uma função política e
socia.
Sobre, esse ativismo que
utiliza a internet para mobilizar por causas que tenham apelo social, alguns setores da sociedade temem que o ativismo
online enfraqueça as formas tradicionais de protesto, como intervenções urbanas
ou marchas em vias públicas. Contrapondo-se a esse entendimento, o criador do
termo “inteligência coletiva” e autor de livros sobre cibercultura, o filósofo
francês e professor da Universidade de Ottawa (Canadá), Pierre Lévy, nega que a
mobilização online seja menos legítima do que as manifestações tradicionais,
como protestos na rua. De acordo com ele, “qualquer forma que o cidadão use
para se expressar é positiva”.
Apesar do crescente controle
da rede, tanto por governos autoritários como pelos democráticos, Lévy acredita
haver mais liberdade de expressão com a rede do que sem ela. Ele afirma que os
abaixo-assinados pela internet são expressões legítimas da vontade dos
cidadãos.” Uma petição é uma petição.
Uma petição online só é mais fácil de organizar!”, ressalta. Ele prevê
que a ciberdemocracia vai promover uma inteligência coletiva online mais
reflexiva, mais hábil para conhecer a si mesma e também vai favorecer uma maior
transparência dos governo.
Da mesma forma, Paul Hilder,
vice-presidente de campanhas globais da Change, maior plataforma mundial de
abaixo-assinados que está presente em 196 países, diz que o ciberativismo não
enfraquece o ativismo “real”. Segundo ele, o uso da internet pelos cidadãos
pode mudar atitudes de governos e empresas e ajudar na fiscalização de atos até
do Judiciário. Ele afirma que a internet é um instrumento poderoso de pressão e
pode mobilizar muito mais rapidamente e de uma forma mais eficiente milhares de
pessoas ao redor do mundo para apoiar uma causa, o que, em sua opinião,
contribui para o sucesso da causa.
Para Pedro Abramovay, diretor
de campanhas da ONG internacional de ativismo online Avaaz, o modelo
tradicional de democracia representativa, com um voto a cada quatro anos, é
insuficiente para dar conta de uma realidade na qual os cidadãos podem se conectar
rapidamente em torno de um objetivo comum. Ele acha que o ato de compartilhar
uma petição no Facebook, por exemplo, é um comportamento “profundamente
político”, na medida em que as pessoas assumem uma posição diante de seus
amigos e abre espaço para contra-argumentos. “As pessoas passam tanto tempo na
internet, ela é tão importante para nossas vidas, que considero despolitizador
dizer que a política feita ali é menos importante”, diz. Um exemplo do êxito
dos abaixo-assinados online é a Lei da Ficha Limpa: dois milhões de pessoas
assinaram uma petição para que a Câmara dos Deputados aprovasse o projeto de
lei.
No Irã, por exemplo, em 2009,
o Twitter se mostrou um importante campo de batalha no ambiente virtual, após a
reeleição suspeita de fraude do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou
protestos e confrontos com a polícia ira... - Veja mais em
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciberativismo-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas.htm?cmpid=copiaecola
No Brasil o ciberativismo tem
ganho força, em vez de paus e bandeiras, celulares e internet. É com essas “armas”
que a juventude está indo para as ruas manifestar contra o aumento no preço das
passagens de ônibus. O ciberativismo, apontado como elemento fundamental na
derrubada de regimes árabes e nas ocupações de espaços públicos nos EUA e na
Europa em 2011, mostra a sua força em terras tupiniquins. Pelo Facebook, os
organizadores do Movimento Passe Livre (MPL) conseguiram a adesão de centenas
de milhares de pessoas, sendo que uma boa parcela participou efetivamente dos
protestos realizados nesta segunda-feira em diversas cidades do país. A internet é uma ferramenta fundamental para a
organização das manifestações — diz a estudante Mayara Vivian, uma das
organizadoras do MPL. — Funciona como os antigos panfletos nas portas das
fábricas.
O evento criado no Facebook
para São Paulo contou com mais de 270 mil adesões. No Rio foram mais de 70 mil
confirmações. Para o professor de Comunicação da ECO/UFRJ Henrique Antoun, além
de facilitar a organização, as redes sociais cumprem papel fundamental na
divulgação de informações. Durante os protestos, câmeras e celulares registram
o ponto de vista dos manifestantes que circula imediatamente pela internet.
Antoun compara a situação
atual com a repressão do Estado no final da década de 1960. Naquela época,
estudantes foram às ruas com reivindicações específicas, como o aumento do
número de vagas nas universidades e a melhoria das condições das faculdades, e
eram duramente repreendidos pela polícia. Até que em março de 1968, o estudante
Edson Luís de Lima Souto foi morto, gerando uma onda de passeatas pelo país. Na
última quinta-feira, o Facebook e o Twitter foram inundados com vídeos e
fotografias de uma manifestação em São Paulo, mostrando policiais atirando
balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra jovens com as mãos para o
alto. O movimento ganhou força pela indignação que atravessou as redes sociais
com as imagens da repressão policial contra uma reivindicação mais do que
justa. A polícia tem o monopólio da violência e deve agir à altura dessa
responsabilidade — afirmou.
FONTES:
MARTINS, Andréia. Ciberativismo: : ativismo nasce
nas redes e mobiliza as ruas do mundo. 2014. Disponível em:
<https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciberativismo-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas.htm>.
Acesso em: 13 out. 2017.
MOBLIZADORA, Rere. Ciber ou ativismo de sofã?
2015. Disponível em:
<http://www.mobilizadores.org.br/noticias/ciberativismo-ou-ativismo-de-sofa/>.
Acesso em: 13 out. 2017.
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